Tratamento para a eliminação de iões dissolvidos na água através de resinas de troca iónica que são reativadas pela utilização de regenerantes.
O princípio da troca iónica consiste na troca de iões entre um sólido e um líquido, na qual não ocorre nenhuma alteração substancial na estrutura do sólido.
Como a troca de iões é uma reação reversível, o material de troca pode ser regenerado para novos processos.
Tipos principais:
Tecnologias
TROCA IÓNICA
- Desmineralização
- Catião – Anião
- Leito misto
- Desnitrificação
- Decarbonação
- Descalcificação
- Outros
APLICAÇÕES
- Como pós-tratamento de outros processos, por exemplo, osmose inversa
- Em processos industriais, associados a vários setores:
- Na indústria agro-alimentar
- Na indústria química e farmacêutica
- Nas indústrias da energia, eletrónica e nuclear
- Para tratamento de superfície
- Para abastecimento de água a caldeiras
- Para purificação da água (remoção de perclorato e urânio, entre outros)
![](https://jhuesa.com/wp-content/uploads/2021/01/intercambio-ionico-5.jpg)
FUNCIONAMENTO
Os permutadores de iões são substâncias insolúveis em forma granular, tais como pequenas contas, chamadas resinas, que são capazes de absorver iões de uma solução e, em troca, renunciar a uma quantidade equivalente de outro ião sem qualquer alteração aparente na sua aparência física ou solubilidade. Esta troca só funciona entre iões de igual carga elétrica (catiões para catiões e ânions para ânions).
A resina mais comum é obtida por copolimerização do estireno e divenilbenzeno (DVB), que solidificam sob a forma de esferas em que o grupo de troca ativa é inserido.
Estas resinas terão uma superfície específica diferente e uniformidade em função do tipo de aplicação e do grupo ativo de radicais.
CATIÓNICA (C) |
STRONG (CF) Grupos sulfónicos (R-SO3) |
Regenerado com NaCl: Trocam catiões divalentes e trivalentes por iões de sódio. Trocam todos os tipos de cátions por H+. |
FUNCIONAMENTO (CD) Grupos carboxílicos (R-COOH) |
Regenerado com ácido forte: Trocam catiões ácidos e hidróxidos fracos por H+. | |
ANIÓNICA (A) |
STRONG (AF) Grupos de amónio quaternário |
Trocam ânions ácidos fortes e fracos (SiO2 , CO2, ácidos orgânicos) por grupos OH-. |
FRACAMENTE BÁSICO (AD) Grupos de amónio terciário |
Trocam aniões ácidos fortes (Cl-, SO4=, NO3) por grupos OH-. (Cl-, SO4=, NO3) por grupos OH- | |
MODERADAMENTE BÁSICO | Misturado entre os dois anteriores | |
ESPECIAIS | Macroporosa | Podem ser CF, CD, AF, AD e têm maior resistência mecânica, à temperatura e aos oxidantes. |
Metal seletivo | São CF regenerados com ácido | |
Scravanger ou adsorventes | São AF microporosas e retêm matéria orgânica e colóides. Regeneram-se com NaCl |
A capacidade de troca das resinas será diferente para cada tipo. Esta é uma medida do número total de sítios ativos que estão disponíveis para troca (eq/L ou eq/kg). Além disso, é induzida uma mudança no volume.
Os valores típicos para resinas em diferentes formas iónicas são:
Uma vez atingida a capacidade de troca, podemos dizer que a resina está esgotada. Quando isto acontece, a resina é regenerada. Este é um conjunto de operações que permite a deslocação dos iões retidos até que a resina volte ao seu estado inicial de carga.
A primeira operação do processo é a retrolavagem: a água é passada no sentido ascendente, provocando a descompactação do leito e a eliminação de possíveis partículas que possam ter sido retidas. Esta operação é realizada a uma velocidade crítica estabelecida pelo fabricante da resina.
Depois, na direção da lavagem, será introduzida uma solução regeneradora, que será de:
- HCL ou HSO4 para troca catiónica
- NaOH (soda cáustica) para troca de aniões
Esta operaçao e realizada com uma concentração controlada específica em cada caso. O leito é então lavado, que consiste em duas fases: uma lavagem lenta para assegurar que a solução regenerante chega a todo o leito, e uma lavagem rápida para remover qualquer solução regenerante restante e deixar a resina no estado ideal para iniciar um novo ciclo de trabalho.
O processo que ocorre durante a regeneração é o contrário do processo de esgotamento.
- Para resinas catiónicas: Na-R + HCl -> H-R + NaCl
- Para resinas aniónicas: Cl-R + NaOH -> R-OH + NaCl
As águas naturais contêm iões de cálcio e magnésio que formam sais pouco solúveis.
Estes catiões, entre outros catiões menos comuns como o estrôncio ou o bário, são chamados iões de dureza. Quando a água evapora, podem precipitar-se e formar sólidos.
A água dura produz incrustações e pode gerar turvação, pelo que é necessário eliminar estes componentes na medida do possível para conseguir uma água mais macia.
Para este fim, são utilizadas resinas de troca catiónica fortemente ácidas nas quais o ião permutável é Na de sódio, genericamente chamada resina catiónica no ciclo do sódio.
A reação de troca geral no processo de amolecimento que tem lugar pode ser expressa por:
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A resina de ciclo de sódio (RNa) entra em contacto com iões de cálcio e magnésio (Ca2+, Mg2+) e retém-nos, renunciando aos cátions de sódio para a água.
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Os catiões de sódio cedidos pela resina ligam-se aos ânions aos quais o cálcio e o magnésio estavam ligados, formando o mesmo sal na forma de sódio. No caso dos bicarbonatos de cálcio e magnésio, temos:
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Na suavização ou descalcificação, a salinidade da água tratada é a mesma que a da água a ser tratada, com a diferença de que os sais que continham os iões causadores da dureza são transformados em sais de sódio muito solúveis que não causam descamação.
Para o processo de regeneração da resina, será utilizada uma solução de salmoura (cloreto de sódio):
- Ca-R + 2NaCl -> CaCl2 + Na2 R